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21 Graus

Pode isso, Arnaldo?

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Foto: AFP

 

Passado o princípio de infarto com a disputa de pênaltis e garantida a festa tensa da classificação para as quartas da copa, outro assunto tomou conta da pauta desse mundial: estaria a seleção sentindo o peso da camisa amarela? Será que a meta de ganhar em casa está acima do que a cabeça dos craques milionários suporta? Num dia em que a reconvocação da psicóloga do grupo é a principal notícia que vem da Granja Comary, vale refletir um pouco mais sobre o elefante que o time da casa parece carregar nas costas.

 

Brazil v Chile: Round of 16 - 2014 FIFA World Cup Brazil

Foto: Rediff.com

 

A primeira questão parece simples: será que a pressão a que os jogadores estão submetidos é muito mais pesada que a de outros profissionais que também têm suas ações refletidas em terceiros? É claro que a expectativa de um país inteiro amarrada nas chuteiras de apenas 11 seres humanos não é brincadeira. Mas tinha como ser diferente? Será que um grupo de atletas (profissionais da competição) bem treinado, com experiência internacional em grandes torneios e, como a imprensa ufanista gosta de lembrar, acostumados desde sempre a enfrentar adversidades e superar obstáculos (doença, pobreza, violência etc.) não eram as pessoas certas para tal missão?

 

efe

Foto: EFE

 

Um exemplo gritante é o do capitão Thiago Silva, que se isolou do grupo antes da série de pênaltis e pediu ao técnico para ficar no fim da fila das cobranças. É esse o papel de um líder? O que aconteceria por exemplo se o executivo de uma grande empresa “pedisse para sair” num momento decisivo em que centenas de funcionários dependessem de suas atitudes? Na rodinha que antecedeu a série decisiva, os grandes motivadores do grupo eram Fred e Paulinho, dois jogadores que estavam no banco por não estarem bem na competição. Ambos vêm sendo duramente criticados desde o início da copa mas, no momento de “vida ou morte”, tiveram força para pelo menos tentar motivar os companheiros.

 

ivanpachecoveja

Foto: Ivan Pacheco/Veja

 

Esperamos que a dra Regina Brandão consiga redirecionar a emoção do time e que ele entre em campo contra a Colômbia com mais futebol e menos lágrimas. E que, se for para chorar, que seja com a taça nas mãos!

 

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