Essa semana fui assistir ao filme “Victoria e Abdul – o confidente da rainha” e adorei. Mas mais que me encantar com a história da improvável amizade entre o jovem empregado indiano Abdul Karim e a rainha inglesa Vitória, em seus últimos anos, eu fiquei impressionada com o figurino espetacular.
Consolata Boyle, autora dos figurinos de “A Rainha” (2006), “A Dama de Ferro” (2011) e “As Cinzas de Angela” (1999), acertou a mão ao retratar os looks do final do século 19. Ela tinha como ponto de partidas as vestimentas indianas de Abdul, que por natureza são ricas pelas cores, pelos detalhes, pelos cintos e amarrações e pela profusão de dourados.
Eu, particularmente, gosto muito, inclusive do turbante, que melhora a postura, faz a pessoa parecer mais alta e impõe poder. No caso dos indianos, a paleta de tons suaves com predominância do branco fica ainda mais destacada por contrastar com a cor da pele.
Mas Consolata teve um desafio: mostrar a transformação de Abdul, de empregado a “Munshi”, espécie de secretário particular da rainha. Em entrevista ao site Hollywood Reporter, a figurinista disse: “Nessa fase, ele escolheu colocar um uniforme real, que é como uma versão inventada por um alfaiate inglês. É uma noção ocidental de como deve ser um servo. Além disso, ele combina com os criados da própria casa, com o ouro e os enfeites. Esses uniformes, que eram seda vermelha para o dia e seda azul para a noite, possuíam o penacho real, mas tinham a forma tradicional do chakra. Então, quando ele é elevado para a posição de munshi, suas roupas começam a se tornar mais genuinamente indianas e exóticas. Os tecidos começam a ganhar enfeites. Ou seja, à medida que cresce em importância, suas roupas seguem essa trajetória”.
Em resumo, um filme imperdível!
