Não deu nem tempo de saborear a boa notícia do fim do embargo a Cuba. A Sony Pictures decidiu cancelar o lançamento do filme The interview, após ameaças de ataques terroristas a cinemas onde a comédia estivesse sendo exibida. De acordo com o anúncio oficial da empresa, não há planos nem para lançar o filme em dvd ou canais de streaming ou exibição sob demanda. As agências de investigação americanas confirmaram hoje que acreditam que o governo norte coreano esteja envolvido diretamente tanto na ameaça quanto no vazamento das informações secretas da Sony. A mensagem intimidatória, que citava inclusive o 11 de setembro, foi divulgada pelo mesmo grupo que está jogando no ventilador os emails, números de CPF e outros dados do grupo cinematográfico.
A repercussão, claro, está sendo péssima, com muitas acusações via twitter de que exibidores e órgão de segurança estão abrindo um precedente complicado, que permite a vitória do terrorismo contra a liberdade de expressão. Uma pergunta constante é: será que qualquer um que se sinta ofendido terá poderes de impedir que filmes sejam produzidos e lançados?
A controvérsia em torno de The interview está na caracterização sarcástica do ditador Kim Jong-un e seu regime. O filme conta a história de um repórter e um produtor de tv, interpretados por James Franco e Seth Rogen, que também co assina roteiro e direção, que são convocados pela CIA a assassinar o líder norte coreano, aproveitando uma entrevista marcada com Jong-un, fã do jornalista. O atual mandatário não repete o savoir faire de seu pai, caricaturado ao extremo em Team America, que brincava com os hábitos exóticos de Kim Jong-Il e com as celebridades politizadas que adoram um holofote para suas causas. Esse filme, alías, será exibido em cinemas que mostrariam The interview a partir do natal. Veja abaixo um dos trechos da “homenagem” ao pai desse que promete revolucionar, no mau sentido, a indústria do cinema americano.