Um dos intelectuais mais importantes do século XX, Eric Hobsbawn morreu aos 95 anos, no último dia 1° de outubro. Nascido em Alexandria, no Egito, o historiador teve uma visão privilegiada sobre as transformações do mundo moderno e deixou um legado bibliográfico que inclui “Era dos Extremos: o Breve Século 20: 1914 – 1991”, uma publicação que foi traduzida em 40 línguas.
Em “Tempos Interessantes – Uma vida no Século XX”, ele é a própria medida de seu tempo. Em sua única autobiografia, o historiador relata a sua trajetória pessoal, sem perder de vista os acontecimentos mundiais.
Em suas memórias, ao longo de quase um século de vida, Hobsbawm passa pelas crises financeiras e políticas dos anos 20, pela ascensão do estado nazista de Hitler e os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, e chega até a Guerra Fria e ao fim do império soviético.
O historiador relata episódios únicos, como a vez em que foi intérprete de Che Guevara e o ano em que passou a noite de Natal com um espião. Tudo isso somado à insights pessoais do intelectual, que em um momento mais leve do livro, classifica a bicicleta como a invenção mais importante desde a imprensa de Gutenberg.