Por Cristina Tolovi
A 9a edição da SP Arte abriu nesta quarta-feira para poucos (convidados das galerias e dos patrocinadores, em sua maioria colecionadores, curadores, críticos e jornalistas), e no dia 4 para muitos. A feira internacional de arte vai até domingo no pavilhão da Bienal, em São Paulo.
Eventos como esse são feiras comerciais, onde galerias mostram ao público o melhor do mercado, reservando muitas obras para estas ocasiões. Imagine um Fashion Week da arte… A diversidade é grande. Há desde galerias virtuais, passando pelas especializadas em gravuras e mercado secundário, até chegar na maioria, de contemporâneas.
A SP Arte vem crescendo e se internacionalizando a cada ano, abrindo um caminho para outras iniciativas no Brasil, como a ArtRio e a Feira Parte, esta última focada em obras de até 10 mil reais.
Vá com tempo. Tempo para se aprofundar em cada obra que te toca. Fuja da superficialidade estética tão comum aos brasileiros e aprofunde-se no conceito do artista. (Não sou das chatas que ficam falando mal dos brasileiros, mas me surpreendi com a participação interessada dos colombianos na ArtBO). Não tenha medo de tirar dúvidas com o galerista.
Sabe como eu faço, já que tenho pouco tempo por trabalhar em uma das galerias? Saio de câmera na mão e vou tirando fotos das obras, dos tags (etiquetas) e dos nomes das galerias. Depois, já em casa e com mais tempo, faço minhas pesquisas.
A feira é também uma super chance de ver um Picasso, Francis Bacon, um Anish Kapoor ou um Richard Serra. Um Cildo Meirelles, Adriana Varejão, Sandra Cinto. Um Damien Hirst, Marina Abramović, Cindy Sherman ou John Chamberlain. Redescobrir Hudinilson Jr., Genilson Soares, Rafael França. Se você não tiver alguns milhõezinhos para comprá-los, não desanime. No Núcleo Editorial, adquira um charmoso livro de artista a partir de R$20.
Se você for artista, a feira não é uma boa oportunidade para deixar o seu currículo. Você pode sim, anotar o nome da galeria que achou interessante, pegar um cartão e depois fazer o contato.
Segure suas crianças. É superbacana levar os pequenos e expô-los à arte desde cedo. Mas muitas obras são frágeis e podem ser danificadas pelo seu pimpolho em um piscar de olhos.
A feira conta também com espaços curatoriais, palestras educativas, livrarias e cafés. E performances-surpresa. A programação completa está aqui.
Vá com um sapato confortável. Leve seu caderninho de anotações. Anote, anooote, anote. Mesmo que você jogue tudo fora depois. Certamente você irá recuperar algumas informações quando vir o artista novamente.
Assim, aos poucos vamos conhecendo essa infinidade de artistas que, à sua maneira, contam histórias do mundo que vivemos. E voltando à primeira dica: você vai precisar de tempo para digerir toda a arte.
PS: Fique de olho na videoarte. É tendência.
Cristina Tolovi é formada em Desenho Industrial pela FAAP, cursou pós graduação na FASM e tem MBA pela FIA-USP. Especializada em gestão e posicionamento de marcas, depois de trabalhar em empresas como Great Place to Work, ESPN Brasil e Ed. Abril, hoje é responsável pelo Departamento de Arte, empresa que realiza consultoria para galerias, e presta serviços de arte para empresas e novos colecionadores.