Em cartaz até abril de 2015 no Museum of London, a exposição O homem que nunca viveu, mas que jamais morrerá celebra um dos maiores personagens da literatura mundial. O fenomenal Sherlock Holmes foi apresentado ao mundo por Conan Doyle com a publicação do primeiro romance policial, Um Estudo em Vermelho, combinação extraordinária de crime, mistério e solução. Foi nesse livro que conhecemos o investigador não oficial da Scotland Yard, sempre convocado a ajudar o inspetor Lestrade – na opinião de Holmes um detetive completo – nos casos mais nebulosos. Personagem cultuado, fez muita gente acreditar que tenha existido de verdade.
Seu parceiro, o Dr. John Hamish Watson, é médico do exército e atua como biógrafo e companheiro dos casos do investigador. A dupla morou junta no eternizado 221b da Baker Street, em Londres, entre 1881 e 1904. A personagem feminina Irene Adler, aparece apenas em Escândalo na Boêmia, mas é a referência para Sherlock Holmes, que a considera “a” mulher. Nas adaptações, ela é o par romântico do detetive.
A excentricidade de Sherlock Holmes ia além do uso de lente, chapéu de caçador, capa xadrez bege e cachimbo. Ele tocava violino e era um lutador de boxe exemplar e espadachim exímio. Ao se aposentar, passou a criar abelhas.
Sempre vestido formalmente, como a época em que vivia requisitava, era um dândi por excelência. Quando seu figurino mudou nas adaptações para o cinema de impecável para easy going- relaxado, mas ao mesmo tempo chique -, no lugar da boina de caçador, entrou um chapéu fedora, da chapelaria londrina Lock & Co, que existe desde 1676. As gravatas foram substituídas por colarinhos abertos com foulard, camisas amassadas, paletós de veludo cotelê e óculos de sol redondos, tipo John Lennon. Já Watson é todo certinho, se veste impecavelmente, com ternos bem cortados, gravatas e colarinhos engomados, comme il fault, e com o toque do chapéu coco.
Sir Arthur Conan Doyle não vivia em Londres e ambientava as histórias na cidade através de um mapa. O autor era médico, e só parou de atuar como cirurgião depois que o personagem virou sucesso. Ele foi revolucionário ao escrever sobre um tema tão popular, juntando em um crime ficcional uma forma diferente de ver o mundo e uma atmosfera inigualável. Foram 56 contos e quatro histórias, com versões em diversos idiomas que renderam adaptações em teatro e nas telas, a mais famosa delas com os atores Robert Downey Jr, Jude Law e Rachel McAdams.
Holmes chegou a ser morto por Conan Doyle, que queria fazer algo mais importante, porém, a pedido dos fãs, ele fez o personagem renascer depois de uma morte forjada pelo próprio, na história Cataratas de Reichenbach.
A famosa frase “elementar, meu caro Watson” foi inventada pelo filho do autor, bem depois de seu falecimento. Mas a verdade é que ele sempre estava certo mesmo.