Muito criticada pela opulência e fortemente engajada em recuperar um rebanho que não se cansa de fugir para outras religiões, a igreja católica tem na figura do papa Francisco um grande trunfo para a melhora de sua imagem. Além de recentes medidas como a reforma do código penal do Vaticano, que reconhece como crime os abusos sexuais cometidos contra menores, e endurece a punição em caso de lavagem de dinheiro e corrupção, o pontífice argentino vem se mostrando contido, mais próximo à simplicidade franciscana. Recusando diversos privilégios, ele está evitando excessos também no guarda roupa papal.
Sucedendo Bento XVI – que figurou na lista dos mais bem vestidos de 2007 pela revista Esquire, por conta de seus sapatos Prada –, Francisco já recusou a estola bordada a ouro em seus trajes e o ouro no anel de são Pedro, o símbolo do papado. Sem desrespeitar a tradição e toda a simbologia das vestes papais, o pontífice vem optando por versões mais simples de cada item, desde o solidéu (outra opção polêmica de Bento XVI, que preferia os confeccionados com pele de animais no inverno) ao tapete vermelho em volta do trono papal, retirado do gabinete.
Em visita ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, evento para o qual recusou avião especial, Francisco certamente dará outras mostras de sua simplicidade, num país em que o avanço da Igreja Universal cresce a olhos vistos. Vale ficar de olho nos trajes usados durante as cerimônias, checando aqui o significado de cada item.