O país vem acompanhando nas últimas semanas a volta às ruas da população, num movimento ainda cheio de perguntas mas com uma adesão fantástica. Em meio a informações às vezes desconexas dos veículos de imprensa e das redes sociais, as imagens dos protestos têm corrido o mundo, mostrando tanto a beleza do inconformismo quanto a violência que também tem acompanhado os protestos.
Um dos destaques nessa cobertura é o jovem fotógrafo Lucas Landau, de 23 anos, mais conhecido por seu trabalho ligado à moda. Fotografando desde os 14, Lucas pensava inicialmente em se dedicar à notícia mas as oportunidades o levaram para o registro fashion. Ainda assim, sempre com a inspiração do fotojornalismo, influência clara mesmo em seus editoriais, campanhas e coberturas das semanas de moda.
Acompanhando as manifestações como freelancer, acabou convidado pela Reuters para ser colaborador da agência internacional. Veja algumas das fotos que despertaram a atenção do time da agência e não deixe de conferir o portfolio de Lucas em http://www.lucaslandau.com.
1 Comentários
Marcos Zapata
É a revolta do vinagre.
A classe média foi às ruas por mais saúde. Seus hospitais particulares estão cheios e o plano de saúde está caro. Mas pacotes mais em conta e uma multidão de gente com mais poder aquisitivo agora pode ser tratada nesses hospitais.
A classe média foi às ruas por mais educação. As universidades públicas – que consideram suas – agora têm cotas, o que, no entender dessa classe média, tira suas vagas. Sem contar que as universidades particulares, com os programas de bolsa dos governos, também foram “invadidas” pelos estudantes de baixa renda.
A classe média foi às ruas contra a corrupção. Ora, ora, meus amigos. A classe média cansou de pagar a conta sozinha. De um lado, políticos e empresários com isenções fiscais e empréstimos públicos (leia-se BNDES), de outro os programas sociais que vem tirando da miséria milhões de brasileiros. Mas este dinheiro é nosso! – brada, nas entrelinhas, a turba da classe média nas ruas.
Mais segurança – mais capitão Nascimento a enfiar o cacete no favelado. Diminuição da maioridade penal. Pena de morte para crime hediondo. E por aí vai.
A classe média é assim. Reacionária, individualista, mesquinha, egoísta, escroque. E essas manifestações não são fofas e lindas e “a maravilha da democracia” como passou a dizer o formador de opinião dos jornalões e tevês. São, na verdade, uma das maiores vergonhas nacionais de sua história.
Ali ninguém pensa no bem comum, mas em si mesmo. É o oportunismo da direita – que saiu do armário.