O mundo da moda é engraçado. Como imaginar que alguém com passagem por marcas de streetwear como Umbro e Pastelle (label de ninguém menos que Kanye West) desembarcaria à frente da criação masculina da tradicional grife francesa Louis Vuitton, em 2011? Foi o que aconteceu com o britânico Kim Jones que, de lá pra cá, embarcou no espírito globe-trotter da marca pioneira no design de baús com o topo reto, e promoveu uma volta ao mundo na moda masculina da Louis Vuitton.
Kim Jones, que anunciou sua saída da marca na semana passada (especula-se que a caminho da Burberry), fez muito mais do que tornar a moda masculina da marca supercool. Ele – formado em moda pela Central Saint Martins em 2002 – a trouxe aos tempos atuais, com o mérito de, justamente, aproveitar sua bagagem street antes mesmo que a Vêtements existisse.
Michael Burke, chairman e CEO da Louis Vuitton, disse em um comunicado oficial que “a habilidade de Kim Jones de definir tendências é impecável” e é bem por aí. Suas colaborações, como a badaladíssima feita com a Supreme, projetaram a moda masculina da Louis Vuitton como objeto de desejo entre todos os descolados do planeta. Sem esquecer, claro, suas raízes no universo do luxo. “Ele reposicionou a marca no segmento e é o nome que melhor soube fundir o streetwear com o alto luxo”, diz Sylvain Justum, editor de moda da revista GQ brasileira.
Das referências à África à cena artística da Nova York 70’s (os dois looks da segunda foto do post), passando pelos bordados da Indonésia (acima) e pela efervescência de Paris e Londres, Kim Jones mostrou como se veste – e que atitude tem – o globe-trotter do século XXI.