Mais importante semana de moda brasileira, a SPFW 46 aconteceu durante a semana passada e eu selecionei aqui os melhores looks masculinos. Confira:
Osklen
Como eu já venho contando aqui, o conceito mais importante da marca carioca tem se mostrado a sustentabilidade e dessa vez não foi diferente. A figura do pescador e os uniformes náuticos foram o ponto de partida da marca para abordar o tema. E espere muitos brancos e azuis. Como definiu muito bem Camila Yahn no site FFW, “há um contraste entre o casual e o sofisticado construído de uma maneira bem eficaz: a gente pouco se dá conta porque tudo faz parte de uma mesma história. Não há uma preocupação se tal peça é rústica ou sofisticada, mesmo porque, muitas vezes é no mais simples onde encontramos mais beleza”.
Torinno
Estreante na SPFW, a marca de Luis Fiod apresentou um streetwear com um apelo sofisticado. Esta coleção tem três pilares: floresta, campo militar e demolição. E os shapes e as estampas acompanham os moods. Aliás, as cores e estampas se destacaram em uma marca que se permite fugir do básico. Destaque para os looks de couro.
Amir Slama
As estampas vindas diretamente de um paraíso tropical completam a já conhecida sensualidade proposta pelo estilista. Em looks quase andróginos nessa coleção desfilada na SPFW 46, apresentou shorts curtos e justos junto de uma camisa cache-coeur por exemplo – em versão masculina. Diferentes versões de florais, estampas com frutas, laise, cetim e microssungas completam o pot-pourri que não sei se vamos ver por aí, mas valem o comentário pela ousadia.
Ronaldo Fraga
Como sempre nos desfiles do estilista mineiro, a crítica social assume o mesmo peso da moda – e justamente por isso agrada. O tema do desfile apresentado semana passada na SPFW 46 era o conflito entre palestinos e israelenses, um drama que já derramou muito sangue. “Meu desfile não é sobre paz. Meu desfile é sobre tolerância”, falou nos bastidores se referindo ao tenso clima político no Brasil. Nas roupas, trouxe algumas características do vestuário ortodoxo judaico e do árabe, com acessórios como os chapéus usados pelos judeus ou o lenço palestino, mas, de maneira geral, quis propor um look que poderia ser comum a ambas as culturas. “Por isso a base da coleção é a camisa: ela veste todos, palestinos e israelenses”, resumiu. Detalhe: mais de 90% da coleção é jeans, com uma ou outra sarja (e linho).
Cotton Project
A Cotton Project faz um paralelo entre o documentário “Hypernormalisation”, de Adam Curtis, e o atual cenário em que vivemos. Pelo olhar de Rafael Varandas, a grife explora o conceito em que é impossível decodificar o que é real e o que é ficção. O ponto de partida da coleção é feita pelo estereótipo do turista de veraneio ao redor do mundo, tendo seu start na década de 60, no Hotel Du Cap, na Riviera Francesa até os dias de hoje. O resultado é um casual chic onde as cores e as estampas deram o tom.
Ratier
O encontro da natureza com a essência urbana de uma marca foi o que se viu no desfile da Ratier na SPFW 46. Como? Com o linho lado a lado do neoprene e com as estampas de cavalo criadas pela artista Sophia Viesi. Um dos destaques da coleção foi a aposta em peças únicas, tanto literalmente (como os macacões) como de maneira visual e looks monocromáticos de calças + camisas.
João Pimenta
O estilista escolheu usar o sincretismo religioso como tema central de seu desfile masculino. “Quis juntar todos os deuses, porque precisamos muito acreditar em algo neste momento”, diz. Nos shapes, Pimenta colocou lado a lado modelos mais próximos do corpo, como a calça flare, com cortes amplos, como as calças de pernas largas. Também vimos cortes oversized, como o paletó, a calça de alfaiataria amarela e as jaquetonas longas e grandonas.
Piet
A marca de Pedro Andrade tem se mostrado mestra em equilibrar design e funcionalidade. Em sua coleção de estreia na SPFW, ele se inspira em esportes outdoor como montanhismo e trekking. A coleção começa mais urbana, com looks de alfaiataria e vai entrando na natureza com referência às marcas clássicas de esportes outdoor, como North Face e Patagonia.
Handred
A estética barroca mineira de Ouro Preto foi interpretada de maneira modernista nessa apresentação da Handred na SPFW 46. André Namitala, diretor criativo da marca, propõe uma coleção sem gênero e mais próxima do guarda-roupa masculino que do feminino – entenda-se conjuntos amplos tipo pijamas com camisas e calças ou shorts, camisaria, citações a fraques, blazers e alfaiataria em geral.
Cacete Company
Tendo à frente a dupla Raphael Ribeiro e Tiago Carvalho, a marca apresenta sua estética erótica, mas amplia a linha de produtos – antes focada no underwear – e o resultado é uma coleção forte, vibrante e ousada. Quer um exemplo? Uma foto pixelizada de uma cena de sexo oral – ou a ilustração de Izumi Sanma que fetichizou o esporte aquático desenhando a “chuva de ouro”, fetiche do universo gay. Tudo estampando looks em usam jeans, cetim, malha, chiffon de seda e tule.