Nos últimos anos, o nome dele sempre aparece quando se começa a falar do Nobel de literatura. Aos 66 anos, o escritor japonês mais popular das últimas décadas deve saber, lá no fundo que, se não for dessa vez, não deve tardar muito para o maior prêmio das letras vir para sua estante. Com milhões de exemplares vendidos, no Japão e no resto do mundo, com traduções em 50 idiomas diferentes, Haruki Murakami é um fenômeno.
Com um texto ao mesmo tempo pessoal e universal, Murakami traz muito de sua experiência em sua obra. Nascido em famĩlia de intelectuais japoneses no baby boom do pós guerra em Kioto, esteve desde cedo em contato com a cultura ocidental, especialmente a música e a literatura. Antes de começar a escrever, com 29 anos, já tinha trabalhado em lojas de discos e aberto um clube de jazz em Tóquio. Ecos dessas influências são visíveis no estilo do seu texto e na escolha dos temas. Não por acaso, o sucesso de seus livros – romances e não-ficção – corre o mundo.
Seu sucesso mais recente é 1Q84. Lançada no Brasil pela Alfaguara, a obra de mais de mil páginas, dividida em três volumes, levou três anos para ficar pronta. Mesmo extensa, a trilogia não perde o ritmo – a trama é rica e os diálogos são muito bem escritos. O crítico de literatura do Guardian chegou a comparar uma das discussões entre personagens de 1Q84 a uma conversa entre Ivan e o diabo nos Irmãos Karamazov. Os livros contam a história de dois personagens contemporâneos, que têm a história cruzada na relação com uma espécie de universo paralelo, com referência ao quase homônimo 1984, de George Orwell. Literatura da melhor qualidade, numa edição caprichada, recomendamos!