Em um tom que em nada lembra seus filmes mais conhecidos – “Encontros e Desencontros” e “Maria Antonieta” – Sofia Coppola volta às telas com a história real de uma gangue de adolescentes que, obcecados pela cultura das celebridades, invade a casa de famosos para roubar peças de grife. “Bling ring – A gangue de Hollywood” é quase um filme de ação, tamanha a adrenalina que desperta nos personagens em suas ações criminosas.
Criticado por ser um filme fútil, “Bling ring” na verdade investiga sem julgar essa realidade de jovens sem limites, criados sem as noções de valores essenciais como ética e moral. Frutos da decadência da família americana, os adolescentes são ousados e vão atrás do que os interessa a qualquer custo, suprindo sua carência afetiva ao lado de amigos (parceiros no crime), com o único objetivo de curtir a vida sem medo, de preferência vestindo Gucci ou Chanel.
Além da fixação pelo glamour de Hollywood em toda sua ostentação, luxo e riqueza, Sofia Coppola mostra ainda como a necessidade de se expor ganha uma dimensão estratosférica na era do Facebook. A supervalorização da imagem gera um consumismo desenfreado em que SER depende de se TER.
O filme tem também um clima sexy, com direito a pole dance, lingerie em evidência e noitadas cheia de álcool que esquentam os personagens. Se precisar convencer sua namorada a acompanha-lo, avise que o figurino é de babar, recheado de Chanel, Louboutin, Balmain e afins… A trilha sonora também é destaque.