No fim da década de 80, muito antes do advento dos reality shows, o grande mestre da culinária francesa criou uma disputa gastronômica que lembra muito os programas atuais de TV. Inspirado na verdade nos torneios esportivos, Paul Bocuse desenhou a competição, que reúne jovens talentos da cozinha de diversos países, que têm 5 horas e 35 minutos para preparar uma refeição inesquecível para um time de jurados formado por chefs renomados.
A edição 2015 aconteceu na semana passada, com vitória da Noruega. Orjan Johannessen, do restaurante Bekkjarvik Gjestgiveri conquistou o prêmio com uma galinha d’angola e uma truta, feitas na frente de uma plateia de 2700 pessoas. É a quinta vitória do país nórdico, que já esteve nove vezes no pódio em 15 anos de competição. Esse é um resultado que confirma o destaque cada vez maior da região no mapa da alta gastronomia.
O sucesso do evento levou à criação a partir de 2007 de eliminatórias locais: há prévias na Europa, Ásia, Austrália e América Latina. As provas são disputadas em ciclos de dois anos, com a super final sediada em Lyon. Além da projeção mundial de um concurso com cobertura mundial, os 24 privilegiados usufruem da oportunidade única de travar contato com uma das lendas vivas da gastronomia. Aos 88 anos, Paul Bocuse não descansa sobre os louros da carreira mais que bem sucedida, mantendo viva a chama da boa comida baseada em ingredientes frescos e de qualidade. Simples e muito chique.