Texto e fotos Marcia Hamaoka
Fomos recebidos ontem à noite pelo escultor numa noite agradável de conhecimento e enriquecimento cultural. Venosa tem uma forma de ver o mundo artístico que reflete a ordem e o caos criativo, resultando em obras únicas. Até por não fazer obras em série, tem a liberdade de trabalhar sozinho, sem assistentes. Fã de gadgets, tem experimentado a impressora 3D e tem várias caneta 3D, já com a próxima encomendada. O recurso o permite fazer experiências de acordo com a carga da caneta, que vai alterando de acordo com a tecnologia , ora com madeira, ora com lã, todas muito high tech.
Antes disso, Angelo Venosa já trabalhava peças tridimensionais como as que estão expostas em museus como o MAM de São Paulo e do Rio, a Pinacoteca de SP, o MAC de Niterói, e a praia do Leme, entre outros. Além de estar presentes nas mais respeitáveis coleções de arte, ele participa de várias exposições, como a retrospectiva em 2012 no MAM, considerada uma das melhores e os livros que, com perdão do trocadilho, são um capítulo à parte.
A obra de arte causa inquietação, estranheza e os mais diversos sentimentos, e o olhar de Venosa contribui muito para isso. O dom de misturar orgânico com inorgânico, figurativo e abstrato, além de usar materiais como ossos (fêmur), fósseis, madeiras, metal, tecido, cordas, acrílico, papel, cera…
A noite ainda teve espaço para a própria história do artista, recheada de referências familiares de origem italiana. Tanto o pai quanto o avô já tinham habilidades criativa e ao mesmo tempo prática, muitas vezes vindo do empirismo. Esse traço é muito forte e latente na evolução das suas obras e até na hora de pendurar e alocar as mesmas, ele usa pinos, pedras, contra-peso, madeira, acrílico, serrote e uma infinidade de artifícios que acabam reforçando a identidade e autenticidade das obras.