Ele chegou! Depois de vários dias nos punhos mais hypeados do planeta, os mortais finalmente podem comprar o seu novo brinquedo da marca de Steve Jobs. Será que está começando mais uma revolução de consumo? Depois de reescrever a história dos players portáteis de música, dos telefones celulares e dos tablets, seria essa a vez do relógio, cuja mecânica foi criada há séculos? E por que a empresa conhecida por inovação tecnológica (aliada a um design único) teria resolvido investir num item tão, digamos, vintage?
Em entrevista à Wired, um dos executivos da Apple, o responsável pelo que ela chama de interface humana, contou que foi exatamente essa relevância histórica do relógio que motivou a equipe, além do feeling de que a tecnologia se encaminhava para um contato mais direto com o corpo. Conscientes do quanto estamos cada vez mais apegados ao smartphone, checando toda hora notificações e levando o telefone para a mesa, cama e todos os lugares, pareceu-lhes prático e lógico colocar essas funcionalidades num gadget já preso ao pulso.
O primeiro lançamento sem a presença de Steve Jobs, totalmente desenvolvido após a sua morte, está por enquanto mantendo a tradição de burburinho e ansiedade. Resta saber se isso se refletirá nas vendas. Nas últimas duas semanas, artistas e outras famosos trend setters como Anna Wintour e Karl Lagerfeld exibiram seus exemplares nas redes sociais, no melhor clima “eu-tenho-você-não-tem”, que sempre enlouquece os mais antenados. Pharrell abriu a série com um vídeo no Instagram e Kate Perry usou a mesma ferramenta para exibir o seu. Já Beyoncé, que não é de seguir os outros, mostrou que o dela é vip até entre os vips: dourado e exclusivo, como o do Kaiser Lagerfeld.
A turma do contra, claro, já começou a detonar o produto, acusando-o de inútil, incoveniente e caro demais (o preço do modelo top chega a US$ 17 mil). Segundo eles, quem quer um aparelho que é basicamente um iPhone com tela muito menor, bateria que não dura o dia todo e um mecanismo que escurece a tela, obrigando o usuário a balançar o braço quando quiser ver as horas? A história recente vem mostrando, nas filas que costumam cercar as Apple Stores às vésperas dos grandes lançamentos, que o racional é o último dos estímulos para compra de seus produtos.